"Dizem que a motivação não dura. Bem, o banho também não. Por isso ele é recomendado com freqüência." (Zig Ziglar)

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Exercitando o cérebro

de Vivian Almeida | Segunda, 24 de Novembro de 2008

Exercitando o cérebro a favor de si mesmo
Graziela Nunes
Quinta-feira - 11/10/2007 - 03h01

A especialista em neurolingüística Izabel Monteverde comenta como as pessoas podem aproveitar os recursos cerebrais
Araçatuba - Se deixasse rastros visíveis, a vida seria como um espiral sempre às voltas com os atos feitos anteriormente. Como já foi dito por Aristóteles, somos o que fazemos repetidas vezes, repetidamente. Partindo disso, a neurolingüística surge como um dos meios mais usados para ensinar as pessoas a aproveitar os recursos cerebrais de autoconfiança, motivação e equilíbrio, a favor de si mesmas.

Como o próprio nome diz, ela é tudo o que é programado pelo “computador” do cérebro. Essa ciência baseia-se na idéia de que a mente, o corpo e a linguagem interagem para criar a percepção que cada indivíduo tem do mundo e como essa percepção pode ser alterada pela aplicação de uma variedade de técnicas.

“As nossas palavras exercem um poder enorme sobre a criação desses programas, ou seja, é aquela velha história do não. Se eu falo, ‘não imagine um macaco rosa do seu lado’, você vai programar seu pensamento de forma contrária. O cérebro corta a palavra não e pega o que vem depois”, explica a especialista em neurolingüística, Izabel Monteverde, do Rio de Janeiro.

Um exemplo comum é o que acontece com a relação entre adultos e crianças. Os pais nunca devem dizer aos filhos “não subam aí”, mas o que eles gostariam que eles estivessem fazendo em vez disso. O famoso “não” autoritário e sem explicação deixa a criança perdida e faz com que ela insista no que está sendo impedida.

Segundo Izabel, ao invés de dizer para a criança não subir na escada, por exemplo, o mais conveniente seria dar a ela uma referência, falar para que ela brinque com os brinquedos no tapete ou leia um livro. “É um exercício recíproco para os dois. É interessante começar desde cedo a direcionar os pensamentos dessas crianças para o que elas quererem”, diz.

Um outro exemplo é quando as pessoas dizem que gostam tanto da vida que elas têm, mas que poderia ser melhor. Automaticamente, elas anulam o que disseram antes. “É preciso ter muito cuidado com as palavras que proferimos, pois elas criam pensamentos e emoções”, alerta.

De acordo com Izabel, existe uma tríade composta por pensamento, emoção e corpo. “Todo pensamento tem uma valência emocional. Se pensarmos que o dia será uma droga, cheio de problemas, aquilo tem uma carga emocional embutida que libera no sangue vários componentes bioquímicos ‘lidos’ pelo cérebro. Daí vamos querer mudar essa emoção tomando remédios, quando, na verdade, teremos que mudar o pensamento, a criação e a estrutura desse processo”.

ANDAR COM FÉ - Os conceitos apresentados pela neurolingüística não são os mesmos abordados pelo livro de Rhonda Byrne, que originou o documentário “O Segredo”. “Essa obra tem uma noção muito basal, não tem respaldo da ciência, a lei da atração não é comprovada cientificamente”, diz.

Para Izabel, o pensamento positivo é legal, pois faz a humanidade se responsabilizar pelos seus pensamentos, mas, conforme ela, a humanidade precisa saber criar seus próprios recursos para chegar a isso.

O pensamento positivo carrega uma carga de religiosidade, visto por muitos como uma questão de fé divina. Porém, a influência está no cérebro. “É um processo invisível que infelizmente não temos conhecimento, não conseguimos vê-lo”, revela a especialista.

Embora tome conhecimento desses métodos, sua aplicação não será automática. Mas as pessoas podem começar mudando pequenos costumes que logo se tornarão habituais. O pensamento positivo dá certo, mas sozinho não é suficiente. “As pessoas precisam de informações básicas de como essa estrutura funciona, o que é especificamente, como meu cérebro cria todo esse processo.”

A influência de um guardião de recursos

Às vésperas de uma entrevista de emprego, os candidatos podem se deixar influenciar por alguém que admira muito e se sairia melhor naquela ocasião. Na hora da entrevista, vale lembrar como esse modelo se portaria, o que ele diria e como gesticularia. “O cérebro não sabe se as pessoas estão falando mentira ou verdade, os neurônios agem como uma esponja. É a lei da criação, o universo não vai te dar nada de bandeja, é você quem vai criar aquele momento para passar na entrevista. Se você transmitir isso de forma vívida quem está te avaliando vai se impressionar”, conta Izabel.

O mesmo vale para a prova de um concurso, na qual muitos pretendentes são traídos pelo próprio nervosismo. “Essa coisa de imaginar um ícone é legal para esse caso também, porque o emocional atrapalha muito nessa hora. Tenho a experiência de uma menina que não conseguia passar num concurso, mas depois de duas aulas sobre isso, ela escolheu um guardião de recursos, que é como chamamos esse ícone, para estar com ela naquele momento da prova. Deu certo”.

Já num exame médico, o interessante é focar o pensamento em bons momentos vividos anteriormente. Como o cérebro não sabe a diferença entre lembrar e viver, vai tomar aquilo como novo, o que conseqüentemente fará diferença no corpo.

Criar imunidade para não atrair cargas emocionais ruins e sair desse ciclo vicioso com pensamentos bons não é tarefa fácil, mas com treino dá certo. “Precisamos repetir isso até virar um hábito. Se você detectar um pensamento destrutivo que gera uma relação ruim tenta mudar o foco e se concentra nisso. É uma brincadeira legal, mas que as pessoas não sabem que é possível”, finaliza.


Graziela Nunes
Folha da Região
Araçatuba-SP
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Publicado em Neuromundo.

Um comentário:

  1. Fora o livro The secret, quero ler mais a respeito. Peço enviar me sugestões de leituras de como começar exercitar me.

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